domingo, 14 de dezembro de 2008

Guia dos Infernos

Embora a primeira experiência de Persófona nos Infernos tenha sido a de vítima de uma rapto, ela acabou por ser a Rainha desses domínios e Guia de quem os visitasse, tal como no mito este aspecto do arquétipo de Perséfona, desenvolve-se como resultado de experiência e o crescimento.
Simbolicamente, os Infernos representam as camadas mais profundas da psique, é um lugar onde as memórias, os sentimentos foram " enterrados" é o nosso " inconsciente pessoal" onde viem imagens, padrões , instintos e sentimentos que são partilhados ela humanidade desde sempre "inconsciente colectivo", quando por algum motivo essas áreas são exploradas, as imagen subterrâneas surgem em sonhos, a pessoa que sonha pode estar numa cave onde ha muitos corredores e quartos, compartimentos que se podem assemelhar a labirintos, como pode estar num mundo substerrâneo, numa caverna profunda, onde vai encontrar pessoas, animais objectos, situações com as quais se sente espantada, assustada ou interessada conforme teme ou não esse Mundo.

Perséfona, a Rainha e Guia dos Infernos, representa a capacidade de se movimentar entre a realidade com base no ego do "mundo real" e o inconsciente ou a realidade arquétipa da psique. Quando o arquétipo de Perséfona está activo, uma mulher pode servir de intermediária entre os dois mundos e integrá-los, também pode servir de guia as outros que "visitam" os Infernos em sonhos ou fantasias, ou pode ajudar os que são "raptados" e que perdem o contacto com a realidade.

Hannah Green no seu livro autobiográfico " Nunca lhe prometi um Mar de Rosas" Editora Imago...faz o relato da sua experiência de uma possível esquizofrenia e internamento ao 16 anos, que se afastou da realidade sujeitamdo-se a um mundo imaginário, Hannah Green teve de relembrar a sua experiência para poder escrever sobre ela, inicialmente o " Reino de Yr" era o seu refúgio, um mundo imaginário com o seu calendário secreto , com uma linguagem própria e os seus personagens, porém esse mundo " subterrâneo" acabou por se transformar numa temível realidade, tornando-se prisioneira dele e não conseguia deixá-lo, ( só via contornos cinzento contra cinzento, sem profundidade a duas dimensões como numa fotografia ) Hannah Green era uma Perséfona vitima de rapto.

Além de Hannah Green outras pessoas têm servido de Guias para outras pessoas que foram forçadas a descer às suas profundezas e que tiveram necessidade de ajuda para tirar algum sentido da experiência.

Estas experiências nos "subterrâneos" não podem, nem devem ser sempre associadas a doenças psiquiatricas, pois muitas mulheres fazem essas "viagens" sem ficarem prisoneiras delas, mas no arquétipo Perséfona, exactamente porque no "mundo real" são o que os outros desejam que elas sejam, ao entrarem nos dominios do Infernos, podem ficar prisioneiras dele.

Existem muitas Perséfonas A Guia, que não passaram pela experiência de terem sido A Kore cativa, isto aplica-se a muitas terapeutas que trabalham com os sonhos e com os mundos do "Insconsciente pessoal e colectivo", possuem uma receptividade ao inconsciente sem terem sido prisioneiras dele, conhecem instintivamente o mundo subterrâneo e estão familiarizadas com ele, Perséfona A Guia, faz parte da psique dessas pessoas e é o arquétipo responsável pela sensação de familiaridade que sentem quando se deparam com a linguagem simbolica e visões. Uma Perséfona que foi A Kore raptada e cativa ao ter o contacto com esse "mundo subterrâneo" pode ter visões ou extases misticos alinhando em rituais próprios e chegar à loucura.


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